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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sustentabilidade muito além do verde


Pegando carona neste clima de sustentabilidade da Rio+20, observei um fato bastante interessante e que a meu ver merece um olhar mais atencioso por parte da maioria de nós. Já há muitos anos se tem falado a respeito do consumo consciente e de estratégias que tanto o governo, quanto a sociedade civil podem adotar para que se explorem menos os recursos naturais de nosso país. Uma das iniciativas que podem ser adotadas é a reciclagem. O Brasil é um dos primeiros no ranking de países que mais reaproveitam seu lixo. Uma conquista bastante louvável se considerarmos apenas o aspecto dos benefícios ambientais conquistados. Contudo, essa estatística representa a necessidade de sobrevivência de parte de nossa população que encontrou no lixo uma fonte de renda.

            Com o crescimento do consumo de produtos que não agridam o meio ambiente, a indústria passou a recorrer à matéria-prima vinda de artigos reciclados e com isso temos um aumento da demanda destes. Criaram-se cooperativas de catadores e ONGs que investem neste trabalho e assim nasceu mais uma forma de sobreviver da parte mais necessitada de nossa população. Quantas famílias têm sua renda vinda unicamente da reciclagem de alumínio, papel...?

            Temos que pensar de uma forma mais consciente? Sim, certamente. Devemos ser sustentáveis em nosso dia-a-dia, com medidas que parecem simples, como separar o lixo, mas que tem efeitos bastante significativos. Além disso, precisamos observar que ser sustentável é se preocupar com o meio em que vivemos e esta preocupação envolve proporcionar condições de vida minimamente dignas para grande parte da população que divide conosco este meio e para isso devemos pensar além. Temos que ser “sustentáveis” principalmente na hora em que escolhemos nossos representantes no Governo, para não acabarmos em mais uma tentativa de reciclar o lixo de Brasília. E este além de não ter nenhum benefício, ainda prejudica a vida de muitos de nós.